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Folha de S. Paulo, 27.jun.2024
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Sentado na poltrona, como todas as manhãs, João Ítalo prepara-se para o seu ritual de sarcasmo matinal. “Supremo fixa em 40 g de maconha o limite para diferenciar uso de tráfico”
Lembra dos tempos em que, na juventude, fumava maconha com os amigos em alguma esquina escura da Mooca.
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Olha para a filha Emília, de 17 anos e se pergunta como ela faz para fumar maconha hoje em dia. Certamente é algo bem mais tranquilo do que antigamente.
“Antigamente, a gente tinha medo de fazer isto”, pensa com seus botões. Folheando o jornal, concorda com a roteirista Flávia Boggio, que diz que “para integrantes das classes média e alta brasileira, maconha já era legalizada”. Tem razão!
Quem vai preso por isso hoje no Brasil? Ah, pretos e pobres vão…
Em silêncio, João se levanta e direciona-se para a mesa de café com uma pergunta a ferventar-lhe os miolos. “Se o consumo é proibido, como o porte pode ser liberado?”.
Por José Santos – Editor